Neste texto, reforçamos a necessidade de evocar Abril, a Liberdade e a Democracia.
Evocamos hoje o acontecimento revolucionário que
permitiu a criação de um Estado Democrático.
A Revolução do 25 de Abril foi o culminar de um
longo processo de lutas sociais e políticas que ocorreram a partir do golpe de Estado
do 28 de Maio de 1926, em que as Direitas, apoiadas pela Igreja, tomaram o
poder.
Durante o longo período do fascismo em Portugal
houve diversos grupos sociais e políticos que se lhe opuseram. Desde logo os
Católicos Progressistas e a sua ação na igreja do Rato, mas o partido político
que maior resistência ofereceu ao regime de Salazar e Marcelo Caetano foi o
Partido Comunista Português, no apoio que deu às greves e manifestações e à
edição do jornal Avante!, símbolo da resistência ao fascismo português. Houve,
além destas ações clandestinas e de resistência dos trabalhadores, ações de
afrontamento militar, com ataques de forças políticas ligadas ao PCP ou a
outras forças comunistas. Destaque para a LUAR, a ARA ou as Brigadas
Revolucionárias.
As razões que mais próximas estão dos
acontecimentos que levaram ao 25 de Abril de 1974 foram razões de índole
corporativa. Os capitães do quadro permanente das Forças Armadas, que combatiam
na guerra colonial não aceitaram o Dec. Lei 353/73, de 13 de Julho que, procurando
fazer face à falta de capitães nos quadros permanentes do exército, permitia a
graduação de capitães a oficiais milicianos, que após uma curta formação no
Colégio Militar, eram graduados no posto de capitão e integrados nos quadros
permanentes enviados para África, chefiar uma companhia, formada por 180
homens.
A Revolta dos Capitães cedo se transformou num
movimento popular e rapidamente se transformou numa Revolução.
A Revolução do 25 de Abril de 1974, como todas
as revoluções, teve momentos marcantes e o seu corolário foi a aprovação da
Constituição Democrática de 25 de Abril
de 1976, materialização das lutas políticas que continuaram a existir entre
1974 e Abril de 1976.
Hoje respiramos o ar da Democracia, mas como
todas as Revoluções, é necessário que continuemos alerta pois a História não é
uma linha de progresso contínuo. A História mostra-nos que as sociedades
políticas vivem sempre em equilíbrios instáveis, resultando o seu maior ou
menor grau de democraticidade, da capacidade e das relações de forças que os
diversos grupos sociais ( classes sociais) conseguem manter.
Essa é uma das razões que nos leva, hoje, a
evocar a Revolução do 25 de Abril. É necessário que a memória não se apague.
Prof.º Fernando Nunes
(Equipa da Biblioteca Escolar)
Algumas sugestões de leitura para os mais crescidos:
Este livro fala da guerra colonial, das várias faces do terrorismo de Estado, das provações e perspetivas, da liberdade e dos saltos de fronteira, do marcelismo, da agitação democrática de 1973 (...). É um pouco a história do nosso país em pequenos quadros (...).
Segundo o autor, "há cento e cinquenta anos que as contradições insolúveis da vida política portuguesa se resolvem, à maneira de Alexandre, pela espada. As que nas vésperas do 25 de abril nos diziam respeito abrangiam quarenta anos de regime antiliberal e espaço imperial em vias de desagregação. Neste livro fala-se de soldados e generais. De cabos, de brigadeiros. De furriéis e de coronéis. De sargentos, tenentos-coronéis subalternos e majores, sobretudo de capitães."
Esta obra aborda a oposição ao regime ditatorial que marcou metade do século XX português. Das várias oposições, dos seus ideais e dos seus conflitos, dos seus feitos e dos seus fracassos. É a história dos homens e das mulheres que resistiram à Ditadura Militar e ao Estado Novo.
O Filme "Deus, Pátria, Autoridade (1975) é um filme português de Rui Simões, (cineasta) que retrata o regime fascista de António Oliveira Salazar.
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