terça-feira, 29 de maio de 2018

História da Banda Desenhada

                A propósito do Festival de Banda Desenhada de Beja… um pouco da sua história 
 
                            
 
 
 

A Banda Desenhada é uma sequência de desenhos, legendados ou não, compondo uma narrativa. Constitui um modo de narração que utiliza uma sucessão de imagens em que as personagens exprimem reflexões, falas e pensamentos por meio de «balões». As origens do género encontram-se na Suíça, Alemanha e França e remontam a meados do século XIX. É, no entanto, nos Estados Unidos da América que, no início do século XX, surgem os primeiros heróis da Banda Desenhada, oscilando entre um registo cómico (Popeye, Mickey Mouse, Betty Boop) e heroico (Tarzan, Flash Gordon, Super-Homem, Batman, e a panóplia de heróis da Marvel Comics). Surge também nos EUA, em 1950, a série Peanuts, da autoria de Charles Shultz, com os inesquecíveis Snoopy e o seu dono Charlie Brown, que foi permanentemente publicada até ao ano 2000.
 

 
 
 
 
Na Europa, o primeiro grande herói da Banda Desenhada é Tintin (1929), do belga Hergé. Em 1946, o também belga Morris inicia a série Lucky Luke, um «cowboy que dispara mais rápido do que a sua própria sombra», hoje ainda com novas publicações, já com outros autores. Em 1959, os franceses René Gosciny e Albert Uderzo lançam a série Astérix, que ainda hoje goza de um enorme sucesso à escala mundial, e também com novos autores, respeitando a fórmula dos criadores. Note-se que muitos destes heróis passaram para a tela do cinema, em desenho animado ou mesmo em «carne e osso», como é o caso do Astérix, e também para o pequeno ecrã televisivo.

 
 
                            
 
 
 
 
 
 
 
A partir dos anos sessenta, a Banda Desenhada passa a abarcar um público adulto e torna-se suporte da contestação (como é exemplo a Mafalda, do argentino Quino) e da contracultura, ao mesmo tempo que adquire, por exemplo com autores como o italiano Hugo Pratt (Corto Maltese, a partir de 1967), um estatuto de superioridade intelectual que muitas vezes lhe fora injustamente negado.


                        
                           
 
Também em Portugal a Banda Desenhada se vai afirmando. Destacam-se autores como Stuart Carvalhais, com o seu Quim, Manecas e o seu Cão Piloto (1915-1918), Jayme Cortez e Eduardo Teixeira Coelho (anos 40-60), e as revistas-almanaque O Mosquito e Cavaleiro Andante. Apesar de, entre nós, não se ter destacado um herói do mundo dos «quadradinhos», a verdade é que a Banda Desenhada criada em Portugal vai mantendo a sua presença e alicerçando o seu prestígio. Exemplo disso é a atividade dos bejenses Paulo Monteiro e Susa Monteiro.

 
                       
                                      
 
 
 
 Paulo e Susa Monteiro dirigem a equipa que organiza o Festival Internacional de Banda Desenhada, que todos os anos se realiza em Beja, trazendo autores destacados, tanto de Portugal, como do estrangeiro. Como autores de Banda Desenhada, receberam já o reconhecimento internacional, atendendo-se aos prémios por si conquistados. Recorde-se que existe uma proposta de criação de um museu de Banda Desenhada, em Beja, onde se arquivaria o vasto espólio depositado na Casa da Cultura, e de divulgaria a permanente atividade da chamada «nona arte».

Entretanto, outros autores bejenses têm vindo a mostrar o seu talento nesta arte, como são os casos de Luís Guerreiro (premiado na edição deste ano do Festival) e Cristina Matos, com o seu recente “A fantástica história da recuperação do velho forno comunitário de Beja”. Cumprindo já a sua décima-quarta edição, resta-nos desejar longa vida ao Festival Internacional de BD de Beja!


A partir de: A Enciclopédia, vol. 3, Público/Editorial Verbo, 2004; Programa do XIV Festival Internacional de BD de Beja, de 25 de maio a 10 de junho de 2018.

                                                                                                      
                                                                                                          Boas leituras!
A equipa da Biblioteca Escolar

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