domingo, 3 de dezembro de 2017

Retalhos da História - 1 de Dezembro de 1640 - Restauração da Independência de Portugal.

"A Restauração da Independência é o nome dado ao golpe de estado revolucionário ocorrido a 1 de dezembro de 1640, chefiado por um grupo designado de “Os Quarenta Conjurados” e que se alastrou por todo o Reino, pela revolta dos portugueses contra a tentativa da anulação da independência do Reino de Portugal pela governação da dinastia filipina castelhana, e que vem a culminar com a instauração da 4ª Dinastia Portuguesa - a casa de Bragança - com a aclamação de D. João IV (...)."
Esse dia, designado como Primeiro de Dezembro ou Dia da Restauração, é comemorado anualmente em Portugal desde o tempo da monarquia constitucional
                                                                                                                                    In: Wikipédia 

Lembramos que a dinastia espanhola dos Filipes governou o país entre 1580 e 1640, altura em que o futuro D. João IV liderou uma revolta que afastou os castelhanos do trono.



Vejamos como tudo se passou:

D. João IV

D. João IV reinou de 1640 a 1656. Desde 1636 que os Portugueses procuravam D. João IV, ainda como duque de Bragança, no seu paço de Vila Viçosa e tentavam convencê-lo da necessidade, para o bem do país, de vir a ser rei de um Portugal independente e liberto da pesada herança da dinastia filipina.

Quando chegou a Lisboa, a 6 de dezembro de 1640, foi vivamente festejado pelo povo. A 15 de dezembro desse ano, no Terreiro do Paço, foi solenemente aclamado rei. Nesse mesmo dia, o rei começou logo a trabalhar para resolver os problemas mais urgentes do reino e dar continuidade à sua independência. Começou também a preparar a resposta para a vingança que haveria de vir de Espanha.

Contudo a sorte beneficiou mais uma vez os Portugueses. Divididos em várias frentes de batalha, os Espanhóis lutavam contra a França, a Inglaterra e a Holanda e não podiam atacar em força.

Assim, D. João IV teve mais possibilidades para se organizar militarmente e para começar o trabalho de reforçar a fortificação dos castelos e fortalezas fronteiriços com a Espanha, principalmente nas Beiras e no Alentejo.

Era urgente informar os países da Europa da independência portuguesa e, para isso, D. João IV começou por enviar diplomatas aos países que estavam em guerra com a Espanha para reconhecerem de novo Portugal como país independente e não o atacarem como se ainda fosse uma província espanhola, quer nos seus territórios ultramarinos (as colónias), quer nos navios que cruzavam todos os continentes.

Os diplomatas eram portugueses muito instruídos, hábeis e inteligentes e capazes de conseguir resultados positivos. O maior, o mais inteligente e notável foi o Padre António Viera, que foi também um grande escritor.

Alguns nobres aliaram-se a importantes membros do clero e conspiraram para tirar do trono o rei português e devolver o poder a Espanha, a troco de regalias que esta pudesse oferecer. A tentativa não teve consequência, apesar de ter ocorrido um atentado contra D. João IV em Lisboa, do qual saiu ileso. D. João IV castigou com muito rigor os principais organizadores desta conspiração, afirmando assim o seu poder perante os seus inimigos.

D. João IV foi um dos mais cultos reis de Portugal. Músico e grande compositor, a música da sua autoria é ainda hoje tocada em Portugal e no estrangeiro. D. João IV nasceu em Vila Viçosa a 19 de Março de 1604 e era o 7.º duque de Bragança, 3.º Duque de Barcelos e 5.º duque de Guimarães, portanto, com plenos direitos ao trono de Portugal. Com D. João IV iniciou-se a quarta e última dinastia – a de Bragança.

D. João IV, para obter a paz e o reconhecimento da França, mandou o padre António Vieira pedir em casamento a filha do duque de Orleães para o seu filho e futuro herdeiro, o príncipe D. Teodósio. O casamento foi aceite mas, entretanto, o príncipe herdeiro morreu. A morte de D. Teodósio foi um desgosto profundo para os reis, agravado pelo facto de o príncipe D. Afonso, segundo filho dos reis, ser portador de doença que o tornava incapaz por afetar não só os membros, mas também o raciocínio.

D. João IV morreu três anos depois da morte de seu filho, D. Teodósio. O infante D. Afonso era agora o príncipe herdeiro. Tinha 13 anos. O irmão, o infante D. Pedro, era uma criança. D. Luísa de Gusmão, viúva de D. João IV, preparava-se para ser regente e não deixar o reino à deriva.


A Rainha D. Leonor de Gusmão

D. Luísa Francisca de Gusmão era espanhola, mas mais parecia ter sangue português, porque foi ela a grande encorajadora do marido para aceitar o risco de fazer face a poderio de Espanha e ser rei de Portugal. Quando surgiu a oportunidade de D, João IV assumir a coroa portuguesa, D. Luísa de Gusmão terá afirmado ao marido: «Mais vale ser rainha por uma hora do que duquesa toda a vida».

A clareza e a força do seu pensamento contribuíram para que D. João IV cumprisse o seu papel de restaurador da monarquia portuguesa. A ela é também atribuída a frase: «É preferível morrer reinando que viver servindo».

D. João IV
D. Luisa de Gusmão

Padre António Vieira
D. Afonso VI
Fonte: L. Castelo, A. Salvador, Reis e Rainhas de Portugal, Sintra, Impala, 2005 (adaptado).

Para saberes mais, podes clicar no vídeo e nas imagens:







A Equipa da Biblioteca deseja boas leituras!

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