quarta-feira, 25 de abril de 2018

Conta-me como foi o 25 de abril

25 de abril de 1974, o dia em que o País voltou a ser uma democracia, depois de 48 anos de ditadura. Sabes como tudo se passou?



24 de Abril de 1974 foi o último dia da ditadura.

A Guerra Colonial tinha começado em 1961, e opunha o Exército português aos guerrilheiros que lutavam pela independência dos territórios africanos que Portugal na altura governava: Angola, Moçambique e Guiné.

O governo chamava a esses territórios «províncias ultramarinas» (porque estavam para além do mar) e afirmava que faziam parte de Portugal da mesma forma que o Minho ou o Algarve. Na verdade eram colónias, ou seja, países com populações e línguas próprias que no passado tinham sido conquistados e ocupados pelos portugueses. Muitos países europeus tinham tido colónias em África, mas em 1973 ou 1974 essas colónias já se tinham tornado países independentes quer dizer, já não dependiam das metrópoles, que era como se chamava aos países colonizadores.

Mas o governo português da altura teimava em manter a posse das colónias, e por isso enviava para a guerra todos os jovens. O serviço militar a tropa, como se costuma dizer durava então quatro anos, os primeiros dois passados na «metrópole», em instrução e os dois últimos no «ultramar», em combate.

Muitos jovens morriam nos combates em África. Durante os 13 anos que durou a guerra perderam a vida quase 9 mil e uns 30 mil ficaram feridos ou estropiados. Quase todas as famílias estavam de luto, pois tinham pelo menos um morto na guerra. Em 1973, Portugal tinha 150 mil homens a combater. Muitos dos sobreviventes, depois de regressarem, mostravam dificuldade em integrarem-se na vida civil e eram frequentes as doenças psiquiátricas provocadas pela terrível experiência por que tinham passado.

Além disso, Portugal (que era, como agora, um país pobre) dirigia para as despesas da guerra cerca de metade do dinheiro que gastava. Portanto, quase não havia obras públicas; construíam-se poucas estradas, pontes, escolas ou hospitais.

A Guerra Colonial nunca poderia ser ganha pelos portugueses, pois o seu combate era contra a própria História. Quase toda a África era já independente.

Nesse tempo não se podia criticar o governo, mas como a guerra se arrastava, os mortos eram já muitos e as despesas cresciam cada vez mais, as pessoas passaram a estar fartas daquilo tudo. A certa altura, os militares começaram a ser apontados como os culpados por a guerra se arrastar.

Ora, como eles sabiam melhor do que ninguém que uma guerra daquelas nunca poderia ser ganha, resolveram derrubar o governo pela força. Fazer o que se chama um golpe de Estado.

Para isso fundaram o Movimento das Forças Armadas (MFA).

O dia escolhido para a acção foi 25 de Abril de 1974. De madrugada, militares do MFA ocuparam os estúdios do Rádio Clube Português e, através da rádio, explicaram à população que pretendiam que o País fosse de novo uma democracia, com eleições e liberdades de toda a ordem.

E punham no ar músicas de que a ditadura não gostava, como Grândola Vila Morena, de José Afonso.

Ao mesmo tempo, uma coluna militar com tanques, comandada pelo capitão Salgueiro Maia, saiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e marchou para Lisboa. Na capital, tomou posições junto dos ministérios e depois cercou o quartel da GNR do Carmo, onde se tinha refugiado Marcelo Caetano, o sucessor de Salazar à frente da ditadura.

Durante o dia, a população de Lisboa foi-se juntando aos militares. E o que era um golpe de Estado transformou-se numa verdadeira revolução.

A certa altura, uma vendedora de flores começou a distribuir cravos.

Os soldados enfiavam o pé do seu cravo no cano da espingarda e os civis punham a flor ao peito. Por isso se falava de Revolução dos Cravos. Foram dados alguns tiros para o ar, mas ninguém morreu nem foi ferido.

Ao fim da tarde, Marcelo Caetano rendeu-se e entregou o poder ao general Spínola, que, embora não pertencesse ao MFA, não pensava da mesma maneira que o governo acerca das colónias.

Um ano depois, a 25 de Abril de 1975, os portugueses votaram pela primeira vez em liberdade desde há muitas décadas.

MILITARES DA LIBERDADE

Além do capitão Salgueiro Maia, que comandou a coluna de blindados saída de Santarém, outros militares desempenharam papéis muito importantes na preparação do 25 de Abril. O major Otelo Saraiva de Carvalho foi o comandante operacional, ou seja, dirigiu as operações todas a partir do quartel da Pontinha, junto de Lisboa.

Mas quem tinha as ideias mais claras sobre a necessidade de democratizar o País era o major Melo Antunes. Outros elementos muito importantes do MFA neste período foram o capitão Vasco Lourenço e o major Vítor Alves. Spínola veio a tornar-se Presidente da República, mas alguns meses depois demitiu-se por não concordar com a entrega das colónias aos seus habitantes. O que ele queria era constituir uma federação da «metrópole» com elas.

O Presidente passaria então a ser o general Costa Gomes.

O QUE MUDOU COM A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
Muitas coisas mudaram. As que indicamos a seguir são apenas algumas das mudanças mais importantes
ANTES
  • Só havia um partido político, a Acção Nacional Popular, que apoiava o governo;
  • Não havia eleições livres;
  • Só se podia votar no partido do governo;
  • As mulheres só podiam votar se tivessem concluído o curso secundário;
  • As mulheres não podiam viajar sozinhas para fora do País sem autorização escrita do marido;
  • Não se podia dizer mal do governo e quem o fizesse era preso;
  • Havia uma polícia política, com milhares de informadores em toda a parte, que escutava praticamente todas as conversas;
  • As pessoas casadas pela Igreja não se podiam divorciar;
  • Cada patrão pagava o que queria aos seus trabalhadores;
  • As notícias só podiam sair nos jornais depois de terem sido lidas e autorizadas pelos Serviços de Censura;
  • Os jovens passavam quatro anos da tropa, dois dos quais na guerra.
DEPOIS
  • Passou a haver muitos partidos políticos;
  • As eleições passaram a ser completamente livres;
  • Toda a gente pode votar (e é pena que muitos se abstenham de o fazer). O Carlitos, o Luís e o Emídio votariam quando completassem 18 anos. Mas a mãe, a irmã e a avó do Carlitos votariam pela primeira vez na vida nas eleições de 25 de Abril 1975 (um ano depois da revolução), as primeiras disputadas em liberdade;
  • Mulheres e homens têm os mesmos direitos;
  • Passou a haver liberdade de opinião;
  • Não existe polícia política;
  • O divórcio estendeu-se a toda a população;
  • Passou a haver um salário mínimo nacional;
  • A Imprensa é livre;
  • Acabou a Guerra Colonial.
  • Uns anos mais tarde, o serviço militar deixou mesmo de ser obrigatório.

Fonte: http://visao.sapo.pt/visaojunior/noticias/2016-04-14-Conta-me-como-foi-o-25-de-abril
Podes ainda ficar a saber mais sobre o tema se clicares nesta imagem:

http://ensina.rtp.pt/artigo/cadernos-de-abril-toda-a-historia-da-revolucao/

segunda-feira, 23 de abril de 2018

DIA 23 de abril - Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor

O Dia Mundial do Livro celebra as liberdades que tornam os livros possíveis - UNESCO

"A 23 de abril de 1616 perderam-se dois gigantes da literatura mundial, dois precursores cuja obra revolucionaria o estilo de escrita e de conceção da criação literária: Cervantes e Shakespeare. Esta coincidência é a razão pela qual o dia 23 de abril foi escolhido para celebrar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor."
 
Ao evocarmos este dia pretendemos não só promover o prazer da leitura, mas também o respeito pelos livros e pelos seus autores.​
 
Para a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, a comemoração do Dia Mundial do Livro é a celebração "das liberdades que os tornam possíveis". 
Transcrevemos a sua mensagem profunda para este dia que nos remete para valores fundamentais da humanidade.

Quando celebramos livros, celebramos atividades - escrever, ler, traduzir, publicar - que contribuem para a realização humana. E celebramos, fundamentalmente, as liberdades que os tornam possíveis", como "a liberdade de expressão e a liberdade de publicar", e "essas são liberdades frágeis", alerta Audrey Azoulay, na sua primeira mensagem para o Dia Mundial do Livro.

São "liberdades negadas", hoje em dia, "quando escolas são atacadas e manuscritos e livros são destruídos", são liberdades postas em causa, "perante os muitos riscos" a que estão sujeitos os "direitos de autor e a diversidade cultural", escreve a diretora-geral da UNESCO, que recorda igualmente "as ameaças físicas que recaem sobre autores, jornalistas e editores, em muitos países".

"É nosso dever, então, em todos os lugares do mundo, proteger essas liberdades e promover a leitura e a escrita para combater o analfabetismo e a pobreza, fortalecer os fundamentos da paz e proteger as atividades relacionadas com a edição", prossegue a mensagem da UNESCO.




Em Portugal,  a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas quis relacionar a noção de património com o valor cultural e intemporal do Livro e da Leitura, sendo que o livro encontra este valor  quando é lido e passado de geração em geração, de uma língua para outra língua, de um suporte para outro suporte de leitura.


http://www.dglb.pt/sites/DGLB/Portugues/noticiasEventos/Paginas/DIA-MUNDIAL-DO-LIVRO-2018.aspx

O cartaz deste ano está maravilhoso e baseia-se numa fotografia que a fotógrafa Luísa Ferreira concebeu no Arquivo Nacional Torre do Tombo, e pretende transmitir que um livro se com o tempo, espaço, língua, cultura, imagem, suporte, fotografia, escrita, mas também uma leitura e muitas leituras, prazer e fruição.




A equipa da biblioteca deseja boas leituras!

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Histórias Coloridas - Educação Pré-Escolar

Atividade "Histórias Coloridas" com os alunos das turmas da educação pré-escolar de Santiago Maior.
Agradecemos o envolvimento e a participação ativa!



Histórias Coloridas - 1.º Ciclo


Com vista a promover o gosto pelo livro e pela leitura e o desenvolvimento das literacias, através da exploração de diferentes obras literárias, envolvendo dinâmicas de grupos associadas à descoberta de sensações, foi realizada a atividade "Histórias Coloridas", dinamizadas pela Animadora do Agrupamento em parceria com a Biblioteca Escolar. 





      


Agradecemos a participação das turmas do 3.º A, 3.º D, 3.º E, 4.º B, 4.º C e 4.º D.


Histórias Coloridas - 2.º Ciclo



Atividade "Histórias coloridas" com a participação da turma do 5.º F.


Percebendo a importância das palavras para comunicarmos e expressarmos os nossos sentimentos,  descobrindo novas sensações através de objetos com a associação a  obras e excertos de textos literários...


Obrigada pela participação!

Dia Mundial do Livro - Se eu fosse um livro

Para celebrar este dia tão especial, divulgamos a animação da obra "Se eu fosse um livro" de José Jorge Letria com ilustrações de André Letria.




Podes ler a obra completa na tua biblioteca.

Boas leituras!

terça-feira, 17 de abril de 2018

Miúdos a votos_Eleições na nossa escola

Na próxima segunda-feira, 23 de abril, Dia Mundial do Livro, há eleições na nossa Escola.
Lembramos que a votação de «Miúdos a Votos: quais os livros mais fixes?» é uma iniciativa da VISÃO Júnior e da Rede de Bibliotecas Escolares.

Através da nossa biblioteca os alunos da nossa escola podem expressar a sua opinião e participar na votação nacional, para a qual estão inscritos quase 600 estabelecimentos de ensino, um novo record! 


És livre de votar no livro que quiseres, desde que este esteja nomeado no teu ciclo de ensino. No entanto, os teus colegas encontram-se a fazer campanha eleitoral sobre os seus livros preferidos.


O Segredo do rio - Turma do 4.º A







A Girafa que comia estrelas - 3.º E







O Elefante cor-de-rosa - 3.º B






A equipa da biblioteca agradece a participação e o entusiasmo!


segunda-feira, 16 de abril de 2018

Retalhos da história - Batalha de La Lys

Assinalou-se no passado dia 9 de Abril os 100 anos da Batalha de La Lys, na qual participou o Corpo Expedicionário Português durante a Primeira Guerra Mundial.


Nesta batalha, que marcou negativamente a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, os exércitos alemães infligiram uma pesada derrota às tropas portuguesas, constituindo o maior desastre militar português depois da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578

Para saberes mais clica nas imagens para aceder aos documentários que noticiam os 100 anos da Batalha: 








Nas histórias dramáticas que a expedição portuguesa registou na batalha de La Lys, destaca-se um herói acidental. O transmontano Aníbal Augusto Milhais, celebrado pela bravura, conhecido como o "Soldado Milhões".

Um século depois, a história deu um filme que estreia esta semana e vai ter uma versão alargada, numa série  na RTP.


Estejam atentos à programação!
Boas aprendizagens:)
A equipa da biblioteca




quarta-feira, 11 de abril de 2018

Dia Mundial da Voz

A Biblioteca Escolar junta-se à iniciativa da Equipa multidisciplinar do Agr1 de Beja, Projeto #sucesso na escola, para lembrar "O Dia Mundial da Voz".
É fundamental alertar para a importância da voz e dos cuidados necessários para a preservar.
Participa na iniciativa e aprende a cuidar da tua voz!



 

terça-feira, 10 de abril de 2018

Projeto "Nas asas da criatividade" - No dia em que a mata ardeu

"É triste pensar que a natureza fala e o género humano não a ouve."- Victor Hugo

Divulgamos o video da obra "No dia em que a mata ardeu" do autor José Fanha, elaborado pelas professoras responsáveis pelo projeto "Nas asas da criatividade".


Todos Juntos Podemos Ler - "Quando em Nasci" em LGP

Uma bonita história... com recurso à Língua Gestual Portuguesa.
Clica na imagem para acederes à história!


Boas leituras!

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Correntes de escrita

No âmbito da atividade "Correntes de escrita", divulgamos as histórias criadas pelos nossos pequenos "grandes" autores.

Obrigada pelo contributo dos alunos do 2.º E .
Estes alunos já se encontram no terceiro ano e aguardamos ansiosamente novos textos para publicarmos.

Clica nas imagens para aceder aos textos.

A casa nas nuvens




O cão e a ovelha



A gaivota da pata partida


Amigos para sempre


A sereia e o tomate


Boas leituras!

Semana da Leitura - book trailer

Na semana da Leitura, aceitámos a sugestão do Plano Nacional de Leitura e fizemos um Book trailer  para partilhar leituras.
Promovendo a leitura como "objeto de prazer e liberdade", publicitámos  obras literárias da preferência de alguns elementos da nossa comunidade educativa.
O resultado foi muito positivo, pois todos foram bastante  convincentes nas suas propostas.




A Equipa da Biblioteca agradece!