terça-feira, 26 de abril de 2016

Saber mais... sobre a Revolução do 25 de Abril de 1974


Neste texto, reforçamos a necessidade de evocar Abril, a Liberdade e a Democracia.

Evocamos hoje o acontecimento revolucionário que permitiu a criação de um Estado Democrático.
A Revolução do 25 de Abril foi o culminar de um longo processo de lutas sociais e políticas que ocorreram a partir do golpe de Estado do 28 de Maio de 1926, em que as Direitas, apoiadas pela Igreja, tomaram o poder.
Durante o longo período do fascismo em Portugal houve diversos grupos sociais e políticos que se lhe opuseram. Desde logo os Católicos Progressistas e a sua ação na igreja do Rato, mas o partido político que maior resistência ofereceu ao regime de Salazar e Marcelo Caetano foi o Partido Comunista Português, no apoio que deu às greves e manifestações e à edição do jornal Avante!, símbolo da resistência ao fascismo português. Houve, além destas ações clandestinas e de resistência dos trabalhadores, ações de afrontamento militar, com ataques de forças políticas ligadas ao PCP ou a outras forças comunistas. Destaque para a LUAR, a ARA ou as Brigadas Revolucionárias.
As razões que mais próximas estão dos acontecimentos que levaram ao 25 de Abril de 1974 foram razões de índole corporativa. Os capitães do quadro permanente das Forças Armadas, que combatiam na guerra colonial não aceitaram o Dec. Lei 353/73, de 13 de Julho que, procurando fazer face à falta de capitães nos quadros permanentes do exército, permitia a graduação de capitães a oficiais milicianos, que após uma curta formação no Colégio Militar, eram graduados no posto de capitão e integrados nos quadros permanentes enviados para África, chefiar uma companhia, formada por 180 homens.
A Revolta dos Capitães cedo se transformou num movimento popular e rapidamente se transformou numa Revolução.
A Revolução do 25 de Abril de 1974, como todas as revoluções, teve momentos marcantes e o seu corolário foi a aprovação da Constituição Democrática de  25 de Abril de 1976, materialização das lutas políticas que continuaram a existir entre 1974 e Abril de 1976.
Hoje respiramos o ar da Democracia, mas como todas as Revoluções, é necessário que continuemos alerta pois a História não é uma linha de progresso contínuo. A História mostra-nos que as sociedades políticas vivem sempre em equilíbrios instáveis, resultando o seu maior ou menor grau de democraticidade, da capacidade e das relações de forças que os diversos grupos sociais ( classes sociais) conseguem manter.
Essa é uma das razões que nos leva, hoje, a evocar a Revolução do 25 de Abril. É necessário que a memória não se apague.

Prof.º Fernando Nunes
(Equipa da Biblioteca Escolar)

Algumas sugestões de leitura para os mais crescidos:



Este livro fala da guerra colonial, das várias faces do terrorismo de Estado, das provações e perspetivas, da liberdade e dos saltos de fronteira, do marcelismo, da agitação democrática de 1973 (...). É um pouco a história do nosso país em pequenos quadros (...).



Segundo o autor, "há cento e cinquenta anos que as contradições insolúveis da vida política portuguesa se resolvem, à maneira de Alexandre, pela espada. As que nas vésperas do 25 de abril nos diziam respeito abrangiam quarenta anos de regime antiliberal e espaço imperial em vias de desagregação. Neste livro fala-se de soldados e generais. De cabos, de brigadeiros. De furriéis e de coronéis. De sargentos, tenentos-coronéis subalternos e majores, sobretudo de capitães." 



Esta obra aborda a oposição ao regime ditatorial que marcou metade do século XX português. Das várias oposições, dos seus ideais e dos seus conflitos, dos seus feitos e dos seus fracassos. É a história dos homens e das mulheres que resistiram à Ditadura Militar e ao Estado Novo.




O Filme "Deus, Pátria, Autoridade (1975) é um filme português de Rui Simões, (cineasta) que retrata o regime fascista de António Oliveira Salazar.

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