Depois da história na sala de aula… “O Zbiriguidófilo” foi imaginado pelos alunos do 2.º B e do 2.º D,
dando origem a uma maravilhosa exposição que fez sucesso na biblioteca escolar.
Às professoras e aos alunos, muitos parabéns pela iniciativa e pelo
sucesso na atividade!
“O (s) Zbiriguidófilo (s)”, foram um verdadeiro sucesso.
O livro “O Zibiriguidófilo e Outras Histórias”, escrito por Pitum Keil do Amaral e ilustrado por Luísa Brandão, prima pela sua singularidade, sendo a inversão e o riso outras das suas características.
O livro é composto por cinco contos: “O Senhor que Lia o
Jornal” (pp. 3-6), “O Zbiriguidófilo” (pp. 7-11), “O Menino e o Touro” (pp.
12-20), “Uma História de Pinguins” (pp.21-24) e “Uma História de Piratas...”
(pp. 25-28). O título do macrotexto é dado pela segunda história, “O
Zbiriguidófilo”, inaugurando a entrada do leitor em narrativas inscritas no mundo
do “faz-de-conta” e, algumas vezes, às avessas, um mundo construído ao
contrário, invertido e renovador de estruturas e valores narrativos
instituídos. É também por isso que se inicia a leitura por aquela que será a
primeira história das “outras histórias” e não por aquela que empresta o seu
título à colectânea.
Ana Vasconcelos (2009)
"O zbiriguidófilo"
Capítulo 1 -
Era uma vez um menino que tinha um zbiriguidófilo em
casa.
Foi um tio, que viajava muito, quem lhe trouxe um dia
o zbiriguidófilo, das ilhas Sandwich na Polinésia, escondido numa lata de
bolachas (pois, como sabem, é proibido trazer zbiriguidófilos de lá).
É claro que o menino ficou muito contente: mais
ninguém tinha um zbiriguidófilo senão ele!
E, além disso, o zbiriguidófilo era lindo: tinha
várias cores e, quando o punham ao sol, mudava as cores dumas para as outras
(de maneira que ficava sempre com as mesmas, mas trocadas – não sei se estão a
perceber: onde antes era amarelo, ficava verde, e onde era verde ficava
amarelo…).
O menino tinha muito cuidado com o zbiriguidófilo,
está visto. Era o seu tesouro!
Lavava-o, dia sim dia não, com uma mistura de sumo de
tomate e pó de talco, pois é assim que os zbiriguidófilos ficam mais luzidios,
e secava-o depois entre as folhas do caderno de matemática, pois é isso que faz
os zbiriguidófilos felizes. Os zbiriguidófilos adoram papel quadriculado.
O menino sonhava levar um dia o zbiriguidófilo à
escola, e mostrá-lo aos seus amigos. Mas os pais ainda não tinham deixado:
– E se o zbiriguidófilo se assustava com tanto
barulho? Sabe-se lá o que podia acontecer…
O menino quase todos os dias insistia: – Deixem-me
levar o zbiriguidófilo! Eu prometo tomar conta dele, e vão ver que não acontece
nada…
Tanto insistiu, que ficou combinado: na segunda-feira
seguinte – depois de um fim-de-semana com juízo – ele levaria o zbiriguidófilo
consigo para a escola. O pior foi o que aconteceu a seguir!
Capítulo 2 -
No sábado, à hora do almoço, quando o menino veio da
escola – não encontrou o zbiriguidófilo no sítio do costume (que era dentro de
uma jarra de latão que havia na sala).
Foi ter com a mãe:
– Viste o zbiriguidófilo?
– Eu não – disse a mãe –, tenho estado a fazer o
almoço e não reparei nele.
(Essa agora! Os pais, às vezes, são mesmo
disparatados, não acham? Como é que se deixa assim desaparecer um
zbiriguidófilo sem dar por nada?! E logo antes da visita à escola!)
Foi uma aflição!
O menino procurava por toda a casa. A menina
procurava na marquise. Até o pai, quando veio, ficou muito ralado e foi para a
rua perguntar se alguém da vizinhança teria visto o zbiriguidófilo.
Nada.
À noite, o menino deitou-se e não conseguia dormir,
tão triste estava.
A mãe veio consolá-lo: – Ele aparece, não estejas
preocupado. Tenho a certeza de que vai aparecer.
O menino só não chorava porque tinha um bocadinho de
vergonha.
Por fim, lá adormeceu.
Capítulo 3 -
No dia seguinte, mal acordou, foi a correr à jarra de
latão – mas o zbiriguidófilo não tinha voltado.
Um zbiriguidófilo tão bonito…
Todo o dia procuraram, e nada… E no dia seguinte era
segunda-feira!
Que desgosto!
À noitinha, como de costume, o menino foi à casa de
banho antes de se deitar. Muito triste… lavou os dentes; fez as suas
necessidades; puxou a correntinha e
– IIIIIIIAAAAAAAAAUUUUUUUU!!!
Então não era o zbiriguidófilo que estava escondido
dentro do autoclismo?! Vejam lá!
Todo molhado! Cheio de frio! Cheio de fome!
Mas calculem a alegria que foi naquela casa!
Foi preciso gastar quase um litro de sumo de tomate e
125 gramas de pó de talco para o pôr outra vez luzidio.
E na segunda-feira de manhã, lá foi para a escola,
dentro de uma caixa de sapatos forrada a papel quadriculado, todo bonito!
Capítulo 4
Como era de esperar, fez um sucesso: todos queriam
pegar-lhe; fizeram-lhe muitas festas; e umas meninas disseram que era a coisa
mais fofa que tinham visto.
Ora isto é o máximo que se pode dizer a um
zbiriguidófilo. Ficam tão contentes que já nem sabem o que fazer para mostrar a
sua satisfação… Depois de ter pulado para todos os candeeiros da sala de aulas,
o zbiriguidófilo deu dentadinhas nas canelas de todos os meninos, sem esquecer
um único; fez chichi na bata da senhora contínua e deitou-se de barriga para o
ar na secretária da professora!
A senhora professora foi então buscar um grande
dicionário, e disse:
– Vou ler aos meninos o que diz aqui sobre os
zbiriguidófilos… (abriu o livro… procurou em várias folhas, enquanto dizia –
ora… zbiriguidófilo… zbiriguidófilo… vem na letra Z… – passou muitas folhas –
Não, não está na Z… Ah! Claro, vem na letra S… Sebiriguidófilo, evidentemente…
– andou muitas folhas para trás… muitas…).
(E como nós não podemos estar aqui à espera que ela
encontre a palavra no dicionário para saber o que é um zbiriguidófilo, vocês
depois procuram, está bem?)
Agora, o melhor é irem para a cama, e sonharem com o
zbiriguidófilo!
A Equipa da Biblioteca deseja Boas leituras!
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